Sedrul’s

maio 9, 2008

Bem Invulgar – Sêneca

Filed under: ashera — Ashera @ 1:28 pm
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Lucius Annaeus Seneca, melhor conhecido como Séneca,  o filósofo classificado geralmente como estoico, nasceu por volta do ano 4 a.C. em Córdova, na altura pertencente ao Império Romano, e morreu no ano 65 d.C. em Roma.

Apesar de ter sido contemporâneo de Cristo, Séneca não fez quaisquer relatos significativos de fenómenos milagrosos que aparentemente anunciavam o despoletar de uma poderosa nova religião, um facto tanto mais curioso quanto Séneca, como filósofo, ter-se-á interessado por todos os fenómenos da natureza, como observou Edward Gibbon, historiador representativo do iluminismo do século XVIII, perito na história do Império Romano e autor do aclamado livro História do Declínio e Queda do Império Romano, uma referência ainda hoje.

“Um homem a quem é dado possuir um bem invulgar não pode considerar-se um homem vulgar. Cada um é tal qual os bens que possui. Um cofre vale pelo que tem lá dentro, melhor dizendo, o cofre é um mero acessório do conteúdo. Imaginemos um saco cheio de dinheiro: que outro valor lhe atribuimos além do valor das moedas nele contidas? O mesmo se verifica com os donos de grandes patrimónios: não passam de simples acessórios, de suplementos. A razão de o sábio ser grande está na grande alma que possui. Por conseguinte, é verdade que tudo quanto está ao alcance do mais desprezível dos homens não deve ser considerado um bem. Nunca direi, por exemplo, que a insensibilidade é um bem: quer a cigarra quer o pulgão são dotados dela! Nem sequer chamarei um bem ao repouso ou à ausência de desgostos: há bicho mais repousado do que um verme? “

Séneca, in ‘Cartas a Lucílio

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